Felicidade é sentir-se bem consigo mesmo,
com a Humanidade,
com o Universo
e com Deus.
A felicidade é um estado harmonioso entre as diversas dimensões da criatura humana.
A felicidade expressa a harmonia do ser humano em si mesmo — corpo, mente, coração, espírito
— e na sua relação íntima com a Humanidade, o Universo e Deus.
A felicidade é, portanto, um estado de plenitude. O homem total. Uno na sua expressão intrínseca e
extrínseca.
A esta harmonização positiva, bela, vital, amorosa, lúcida, radiante e irradiante, que se expande para o mundo exterior, chama-se felicidade.
Analisemos os termos da definição:
Sentir-se — Verbo reflexivo. Sentir em si mesmo. No seu interior. Dentro de si. Estado mental.
Vivência interior, que se expande para fora e não o contrário, como muitos pretendem.
Bem — Revela estado de amor, harmonia, prazer, alegria, paz e bem-estar. Consigo mesmo — Indica que a felicidade tem a ver com a própria pessoa. Nela. De si para si. Imanente. Não existirá
felicidade se a pessoa não estiver bem consigo mesma. Uma pessoa feliz é luz e irradiação dessa
luz.
A felicidade, como primeira conclusão, faz o mundo exterior à sua imagem e semelhança, mas o
mundo exterior não faz a felicidade.
A felicidade é luz, o mundo exterior é sombra. A luz toma os espaços da sombra, mas a sombra não
tem o poder de invadir, um milímetro que seja, os espaços da luz.
Para aqueles que alegam que não se pode ser feliz num mundo conturbado, cruel e sofredor, a
resposta é que as sombras, mesmo que sejam milhões de sombras, não têm poder para apagar uma
única faísca de luz.
Talvez venha a propósito uma afirmação de Ramakrishna: "Não importa que um quarto tenha
permanecido escuro durante uma noite ou durante uma centena de anos: ele ficará iluminado da
mesma forma quando uma vela for acesa."
Na verdade, não há escuridão no planeta que possa apagar a luz de uma simples vela.
A felicidade, note bem, é um estado mental. Como só você pode penetrar os domínios da sua
mente, só você se pode fazer feliz a si mesmo.
Nada nem ninguém o fará feliz ou infeliz sem o seu consentimento.
Mais do que tudo, está na hora de ressaltar que a felicidade é a essência do ser humano.
Somos originários da suprema Felicidade, portanto nascemos intrinsecamente felizes. A felicidade
faz parte do nosso ADN. A nossa essência contém o genoma da felicidade.
Mesmo quando estamos mergulhados numa desgraça insuportável, a felicidade existe. Dentro de
cada um. Ainda que se abatam toneladas de matéria sobre uma lâmpada acesa, a luz continua a existir.
A felicidade, em última análise, não é um privilégio nem uma opção, é a razão de ser da vida
humana.
Todo o ser infeliz está fora de si. É filho pródigo de si mesmo. Exilado mental.