A Origem da Ideia de pecado
Porque ocorre a ideia de pecado no ser humano, que é originalmente isento de pecado e impurezas?
A ideia do pecado ocorre justamente porque nós, seres humanos, sabemos que originariamente somos isentos de pecado. Um cego de nascença, que nunca em sua vida viu a luz, não tem noção da treva, mesmo estando na treva. Um sapo, que nasceu e cresceu num poço estreito e nunca conheceu a liberdade, não sentirá a falta de liberdade mesmo que permaneça naquele espaço exíguo.
A conscientização de não estar manifestando o aspecto original perfeito é que constitui a ideia de pecado.
Nossa Imagem Verdadeira perfeita, em si, é isenta de pecados e ilusões.
Portanto a consciência de pecado não existe no nosso Eu verdadeiro, do mesmo modo que a fumaça não existe na brasa em si.
A religião tem o poder de avivar a força latente da Imagem Verdadeira da Vida, que é como o poder calorífico da brasa. Quando o poder calorífico da brasa se intensifica, a poeira, o lixo, etc., que estão ao redor dela, queimam-se provocando muita fumaça. Para fazermos com que as "poeiras"e "lixos"da mente (as ilusões) queimem-se de uma só vez e a chama da Vida passa a brilhar intensamente, é imprescindível
procedermos a um eficiente arejamento da mente.
Que significa arejar a mente?
Consiste em despertar para a Imagem Verdadeira da Vida. Consiste em compreender que o nosso Eu verdadeiro não é tenebroso como uma fumaça negra, como imaginávamos, consiste em compreender que o pecado não constitui o nosso Eu verdadeiro, do mesmo modo que a fumaça não é o fogo em si, e deixar que a fumaça chamada consciência de pecado não se dissipava e continuava a nos envolver, era porque nós próprios a mantínhamos conosco, criando uma cortina mental que prendia a ideia de que "o pecado faz parte de nós". Essa cortina impedia que a consciência de pecado se dissipasse da nossa mente.
Ao despertarmos que "o homem é originariamente divino", desfaz-se a cortina mental que nos mantinha envoltos no pecado. As pessoas que mantêm em seu íntimo, como se fosse uma brasa inextinguível, a firme convicção de que sua Imagem Verdadeira é filho de Deus, conseguem reagir à consciência de pecado e fazer arder uma grande chama em sua alma.
(Masaharu Taniguchi)