A visão de si mesmo como vítima está arraigada no homem há milênios.
No ocidente, essa visão contou com o reforço de algumas crenças religiosas.
A filosofia de Cristo, por exemplo, nunca foi suficientemente bem entendida.
Essa imagem de um Ser distante que julga e castiga, aliada à concepção da impureza do homem, fortalecem o mito da separação, ou seja, mantém o homem na ilusão de estar separado de Deus e de toda a natureza.
Quando o homem está na dependência externa, são os outros que comandam sua vida.
Ele não desenvolve a capacidade de usar as habilidades interiores para criar resultados benéficos.
Como a pressão externa é muito forte, o homem, incapaz de corresponder a todas as normas impostas começa a sentir: revolta, porque se vê tolhido na liberdade de ação.
Culpa, porque não consegue cumprir as exigências absurdas e perfeccionistas impostas.
Medo de viver e errar, porque acredita em punição e castigo (e somos nós que sempre nos impomos punições).
Medo da reprovação alheia e da rejeição (na verdade nós estamos rejeitando a nossa própria essência)
Em suma, o paternalismo não deixa o indivíduo crescer. Paternalismo e competência não andam juntos.
Ao romper com a dependência externa, o homem faz do eu interior o seu guia. O eu interior é a essência que capta a vida como ela realmente é e não como parece ser.
Nessa postura, o homem discerne o real do ilusório, porque está ligado na essência, no sentir, e não nas distorções da mente. A mente distorce o verdadeiro, pois está repleta de valores morais, sociais e condicionamentos que nos levam a ver a vida de acordo com o senso de realidade que criamos para nós.
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