Transcendência e Atemporalidade
”Muito além das idéias do certo e do errado existe um campo. Nos encontraremos lá”.
Sinto que a experiência de transcendência que conquistei com prática da meditação me dá uma estabilidade e um silêncio interior que não são suplantados por qualquer outra atividade.
O silêncio permanece comigo de modo que nenhuma experiência externa consegue toldar a percepção e a vivência do meu eu interior.
A percepção desejada deve ser atemporal, e não temporal.
A percepção temporal ocorre quando renunciamos ao eu interior em favor da auto–imagem, da máscara social, do verniz protetor atrás do qual tentamos nos esconder.
Na percepção temporal nosso comportamento é sempre influenciado pelo passado, pela preocupação e o temor do futuro.
Ela fica pesada de culpa e tristeza, e está enraizada no medo. Causa desgaste, envelhecimento e morte.
A percepção atemporal, pelo contrário, é a percepção do eu interior.
O sábio védico afirma: ”Não sofro pelo passado nem temo pelo futuro porque minha vida está supremamente concentrada no presente, e as respostas a qualquer situação estão aqui mesmo”.
A percepção atemporal também é chamada de estado de bem–aventurança.
O eu interior não vive no reino do pensamento, ele habilita o vão, o espaço que existe entre dois pensamentos.
Nele, a mente cósmica sussurra para nós, naquilo que chamamos de intuição.
A percepção temporal está no intelecto: ela raciocina.
A percepção atemporal está no coração: ela sente.
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